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  • Década de 50
  • RTP: nascimento e primeiros passos
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Finalmente com todos os papéis de “nascimento” em ordem, a RTP podia agora avançar pelo seu próprio território. O elenco directivo estava completo e os primeiros funcionários começavam a tomar contacto com as necessidades mais urgentes. Havia, com efeito, que pôr de pé todo o esquema de implantação da primeira fase da rede metropolitana de TV, tarefa que pedia muito empenho, embora os trabalhos anteriormente realizados pela Emissora Nacional tivessem concluído pela possibilidade de instalação de 5 centros emissores: Lisboa, Porto, Lousã, Montejunto e Fóia. “Entre duas soluções – começar modestamente por uma pequena estação em Lisboa e ir-se desenvolvendo o serviço à medida que tal fosse economicamente viável ou uma rede tão extensa quanto possível e programas capazes de aliciar espectadores –, optou-se por esta última, porquanto a primeira não tendia à rápida expansão da nova modalidade com programas que tinham forçosamente de ser modestos e cobertura limitada.”7

Preparam-se, pois, os concursos para fornecimento do material necessário, nomeadamente emissores e antenas, equipamentos de estúdio, ligações hertzianas e carros de reportagem. Com alguma surpresa se verificou que 22 das mais importantes empresas europeias e americanas da especialidade subscreveram 17 propostas. Entre elas, estavam: Philips Portuguesa, General Electric, RCA, Siemens & Halske, Marconi, Rhode & Swartz, Marelli, Thompson, Rádio Industrial, Philco, Lorenz, Telefunken, AEG, Du Mond, Standard Electric e CSF. Algumas destas firmas chegaram mesmo ao ponto de enviar para o nosso país equipamentos-tipo, considerando que, assim, melhor “ilustrariam” as suas pretensões.

A 16 de Abril, na sede da RTP, já na Lapa, decorreu a sessão de abertura de todas as propostas. Presidiu o engº Camilo de Mendonça, estando presentes os restantes elementos dos corpos sociais e os engenheiros dos quadros da empresa. Na sala viam-se, ainda, vários técnicos ingleses, franceses, alemães e italianos, que vieram a Lisboa para colaborar com os seus colegas das firmas representantes. Compreende-se, dado os interesses em presença, sendo que se eram, desde logo importantes os de natureza financeira, os de prestígio para as marcas não eram, igualmente, de desconsiderar. As propostas – que foram abertas por um funcionário superior da área administrativa da RTP, dr. Cardoso Ribeiro – encontravam-se devidamente assinaladas com as iniciais das firmas concorrentes e constituíam grossos volumes dispostos sobre uma mesa de considerável dimensão. Tratava-se, com efeito, de vasta documentação que equacionava todos os dados do problema, em milhares de páginas descritivas, esquemas, fotografias, opções técnicas e considerandos de natureza financeira. A leitura dos resumos das propostas, respeitada a ordem alfabética dos concorrentes, durou cerca de duas horas e esteve a cargo do engº Cunha d´Eça, chefe de repartição de emissores da Emissora Nacional. Durante a sessão, o engº Camilo de Mendonça fez questão de salientar que “com o ritmo de trabalho iniciado e os esforços dispendidos, estão asseguradas as condições para que a Televisão seja em Portugal um facto tão breve quanto possível.”

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Mesa que presidiu ao acto de abertura das propostas para o fornecimento de equipamento técnico: António Alçada, Camilo de Mendonça, Esmeraldo de Carvalhais, Stichini Vilela e Fernando Elói (da esqª para a dta.)


7 Engº Manuel Bivar, A Televisão em Portugal - Ed. Casa do Pessoal da RTP, 1967.

 

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