A primeira emissão regular, também baptizada, por muitos, de oficial, foi a 7 de Março de 1957. A idade da RTP começava a ser contada. Desde então, tem sido contada. Porém, nesse dia, o público era ainda cautelosamente esclarecido: “Começam hoje as emissões da Radiotelevisão Portuguesa, que ainda não terão carácter definitivo, visto tratar-se justamente de ensaio que se alongará por alguns meses, até que esteja pronta a instalação da cadeia de emissores que cobrirá 60% do território metropolitano. Só então se farão emissões de tipo definitivo. Todavia, este período de ensaio, quer quanto ao número, quer quanto à qualidade dos programas, representa, na verdade, um avanço sensível relativamente às emissões da Feira Popular.”¹

A semana que antecedeu aquela 5ª feira de Março, foi, como se supõe, de intensa actividade em todos os departamentos do Lumiar. A suspensão da irradiação de programas, que vinha sendo feita desde 3 de Dezembro de 1956, justificou-se pelo facto de ser necessário proceder a uma série de ajustes nos serviços concorrentes para emissão. Não só no sector de produção (que teve de estudar e estabelecer o mapa-tipo dos programas que passariam a ser apresentados), mas, também, no núcleo técnico, que se defrontou com problemas inerentes ao aproveitamento máximo do estúdio para as transmissões em directo. Assim, efectuou-se a instalação definitiva de 3 canais de câmara, régie, “consolette” de audio, cabina de locução e telecinema. Simultaneamente, procedeu-se a trabalhos complementares na rede de iluminação do estúdio, ao mesmo tempo que nele decorriam, em ritmo acelerado, os ensaios exigidos pelos próximos programas e se implantavam os primeiros cenários.