voltar à homepage do site
separadorseparadorseparadorseparadorseparador
 

Início  |  Fimseparador< anterior - Pag.8 / 8 - próxima >separadorir para a pag. 


  • Década de 50
  • RTP: nascimento e primeiros passos
  • pag8

A par de todo o vasto complexo mecânico que foi necessário estudar e pôr à prova, atendendo às implicações máximas exigidas por uma futura TV portuguesa, os responsáveis técnicos tiveram ainda de se debruçar sobre o planeamento das edificações a construir. Não foi tarefa fácil, em virtude dos condicionalismos que forçaram às respectivas localizações. O primeiro relatório anual da RTP (1956) refere, precisamente: “Algumas dificuldades surgiram na aquisição dos terrenos escolhidos para a localização dos emissores. Essas dificuldades fizeram que se perdesse tempo precioso, forçaram a transferência de localização e aumentaram nalguns milhares de contos o custo de instalação. Somos obrigados, assim, a aceitar um adiamento na conclusão da primeira fase da rede da Televisão portuguesa que, prevista, inicialmente, para Março de 1957, não poderá estar terminada antes de Outubro próximo, particularmente no que respeita às instalações no Monte da Virgem.”

A primeira fase do plano de cobertura foi orientada, como se viu, no sentido de servir as três áreas populacionais mais importantes do País: Lisboa, Coimbra e Porto. Entre 4 a 5 milhões de habitantes, praticamente 60% da população do Continente vivendo nessas zonas (onde, em 1955, estavam registados 85% dos receptores de radiodifusão sonora), justificaram a localização dos emissores de maior potência. Mas, a par disto, é evidente que à RTP se iam deparando outras tarefas de amplitude pouco comum, mesmo para as grandes empresas nacionais. Houve que interligar com a montagem de toda uma estrutura que apelava para um elevado padrão técnico, os ensaios e estudos que rapidamente se estavam incrementando numa indústria nova. Problemas dos mais diversos exigiam resoluções prontas, dado que deles dependiam, primeiro, a aceitação, depois, o desenvolvimento da TV em Portugal. Foi – este é um exemplo – o caso do comércio de receptores, no qual a influência da RTP se fez sentir de modo mais preciso. Já em 1956 era possível encontrar no mercado nacional, a preços de um modo geral moderados, televisores credenciados por boas siglas de origem. As actividades comerciais da RTP dedicaram especial atenção ao aumento das importações e vendas – atenção essa bem traduzida no facto de terem sido abertos ao público estabelecimentos da própria empresa para venda de receptores e sua assistência, nas cidades de Lisboa e Porto.9 Por outro lado, uma vasta rede de agentes estendeu-se pelo Continente com a mesma finalidade, isto a par do incremento dado ao negócio pelas firmas ligadas ao ramo dos electrodomésticos. Da estreita colaboração entre entidades oficiais, RTP e comerciantes viria a resultar, efectivamente, a tomada de uma série de disposições convenientes para fomentar a expansão da TV em Portugal. Aproximava-se, porém, a altura em que, talvez não tantas pessoas como se desejaria que fossem, mas, ainda assim, alguns milhares, iriam ter a possibilidade de se defrontarem, pela primeira vez, com a Televisão. E do impacto produzido extraíram-se conclusões de tal modo animadoras que aquilo que pretendeu ser, apenas, uma pequena e sóbria experiência, terminou em contributo importante para apressar o aparecimento das emissões regulares de TV no nosso país. Estava-se, então, em fins de Agosto de 1956.

menu de artigos

Loja da RTP na Praça de Londres, esquina com a Avenida de Paris, em Lisboa

A programação era diariamente afixada num placar, no exterior da Loja


 9 Em Lisboa, na Praça de Londres; no Porto, na Rua dos Clérigos. Com alguma regularidade a RTP fazia inserir, em jornais e revistas, anúncios dessa sua actividade. Nos datados de Abril de 1957 publicitavam-se “televisores das melhores marcas para recepção a curta e longa distância”, à venda na loja Ver maisde Lisboa (a do Porto abriria mais tarde): Autovox, Bush, Condor, Du Mont, Erres, Ferguson, Marelli, Nora, Siemens, Volksvision e Westinghouse. Acrescentava-se que a RTP prestava assistência a todos os receptores vendidos e que o cliente podia optar por pagamento a pronto ou a prestações, sendo que estas eram “a 36 meses e sem entrada inicial”. As condições, a pronto, desde 5 900$00 e 7 800$00, para os ecrãs de 43 a 53 cm., respectivamente; a prestações, desde 185$00 mensais (ecrã de 43 cm.) e 245$00 mensais (ecrã de 53 cm.). Voltar a fechar

diminuir letra aumentar letra Imprimir Enviar

< anterior | próxima >

Footer