RTP 50 anos
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  • Década de 80
  • A RTP aos 25 Anos, as primeiras telenovelas portuguesas
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O Papa esteve em Portugal quando a RTP completou a sua primeira década. O Papa voltou no ano em que a RTP celebrou as suas bodas de prata. Simples coincidência, mas facto que não pode deixar de ser recordado pelos trabalhadores da casa, mais, naturalmente, por aqueles que estiveram envolvidos nas duas reportagens. Como Ruy Ferrão, que foi, de novo, o realizador-coordenador, à frente de uma equipa de 500 profissionais, 7 carros de exterior, 40 câmaras, um carro de estrada, uma moto e um helicóptero. Conjuntos sofisticados que captaram e injectaram as imagens na cadeia nacional de emissores de TV, que foram seleccionadas por mais 10 realizadores e disponibilizadas para 18 locutores e comentadores, sendo Raúl Durão o pivô da cadeia informativa1.

Da presença de João Paulo II em Fátima, Lisboa, Vila Viçosa, Coimbra, Braga e Porto resultou um trabalho prestigiante para a RTP, como reconheceram os muitos organismos de Televisão – na maior parte europeus e americanos – que receberam imagens em directo (ou em diferido), via Eurovisão, das cerimónias mais significativas. E que, inesperadamente, viram um jovem padre – que, mais tarde, se soube ser espanhol, chamar-se Juan Krohn e estar conotado com grupos fundamentalistas católicos – furar o cordão humano que, em Fátima, cercava o Papa e tentar feri-lo com uma faca, ao mesmo tempo que gritava “abaixo o ecumenismo”. Karol Wojtyla não chegou a ser atingido e o agressor foi prontamente neutralizado pelos seguranças. As câmaras da RTP estavam lá e registaram o dramatismo do instante. Na circunstância, como em tantos outros factos – quase todos notáveis – que fizeram caminho de presença de João Paulo II entre os portugueses, a reportagem televisiva actuou com imperioso sentido de cobertura, o que foi reconhecido pelas largas dezenas de enviados especiais da TV internacional, unânimes em considerar de grande eficiência o trabalho produzido pela RTP, bem como a assistência que lhes foi prestada, sempre que foi caso disso. Em dependências do seu Centro de Formação, instalou a RTP os serviços de apoio à actividade dos representantes das televisões estrangeiras (deu-se seguimento a emissões unilaterais para vários destinos), sendo de salientar a montagem de estúdios privativos para a Rádio Vaticano, entidade que escolheu a RTP para apoiar o seu trabalho, bem como o da radiodifusão italiana. Note-se que tinha havido um acordo prévio entre as estações de radiodifusão e a RTP para que o som internacional da visita de João Paulo II fosse captado pela RDP - Radiodifusão Portuguesa em todos os locais visitados, sendo depois fornecido à RTP, à Rádio Renascença e à Rádio Vaticano e utilizado, naturalmente, pela própria RDP. Esse mesmo som internacional acabou sendo fornecido a todas as televisões estrangeiras que o solicitaram. Resumos diários da visita do Papa foram fornecidos para a Eurovisão e para o SIN, o congénere latino-americano. Difícil mesmo era seleccionar as imagens para módulos que não podiam ultrapassar os dez minutos, tantas elas eram e de actos que se revestiram de grande beleza. Já pela emissão nacional passou tudo e sob o signo do directo – 29 h. de programação dedicada à visita de João Paulo II, que a RTP fixa como um dos seus marcos históricos.

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João Paulo II de novo em Portugal

Fátima à espera do Papa, uma vez mais

Recolhimento, na Capelinha das Aparições


1 “Não há hegemonia, nem da Produção, nem da Informação, sendo antes um trabalho de conjunto da RTP” – era o ponto de vista de Ruy Ferrão (TV Guia, nº 170, 8 a 14.5.1982) e que bem sintetizava o enorme esforço colectivo solicitado ao meio milhar de profissionais da nossa Ver maisTelevisão, na verdade o maior, até então. Com Ruy Ferrão, trabalharam os realizadores Alfredo Tropa, Hélder Duarte, Jaime Campos, Luís Andrade, Luís Miranda, Marques Vicente, Mira Godinho, Nuno Teixeira, Oliveira Costa e Victor Manuel. A equipa de produção estava constituída por Maria Otília Ribeiro, Teresa Claro, Carlos Machado, Ana Roseira Garrett, Jorge Vieira e Félix Machado. Como locutores e comentadores estiveram, ainda, António Barreiros, dr. Américo Ferreira, António Esteves, dr. António de Jesus Ramos, António Luís Rafael, dr. Carlos Alberto Azevedo, dr. Horácio Cristino, Jaime Neves, padre João Aguiar, padre João Caniço, Lopes de Araújo, Manuel Rocha, Pacheco de Miranda, Rui Romano, padre Sérgio Pereira e Vítor Silva Lopes. Dos 7 carros de exterior, um foi cedido pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas e o outro pela TVE-Televisão Espanhola. O carro de estrada, a moto e o helicóptero foram alugados pela RTP à TV francesa, estavam dotados de alta tecnologia e funcionavam em unidade. Além de ser uma fonte de imagem, através do canal de câmara aí instalado, o helicóptero era, também, o retransmissor para a régie final das imagens captadas em terra por outras câmaras montadas quer no carro de estrada, quer na moto. O apertado horário das transmissões e a dispersão dos locais obrigou a que muito pessoal e equipamento tivessem de ser transportados de uns locais para os outros de helicóptero e de avião. O caso que mereceu maior atenção foi o que envolveu a deslocação para o Porto de grande parte do material que servira em Fátima onde, aliás, esteve um carro que acabava de ser adquirido pela RTP e que foi inaugurado na ocasião. Nele funcionou a régie final, que se ocupou de toda a cobertura dos acontecimentos em Fátima, 12 à noite e 13 de dia. Já a 12, à tarde, a régie final estivera nos estúdios do Lumiar, como voltou a estar a 14, de manhã. À tarde, foi montada num dos carros estacionados no Parque Eduardo VII e, por fim, a 15, funcionou nos estúdios do Monte da Virgem, onde se concentraram as imagens recebidas de Coimbra, Sameiro, Porto e aeroporto de Pedras Rubras, donde João Paulo II saiu para Roma, no termo da sua visita de 4 dias a Portugal. Voltar a fechar

A visita do Papa levou a RTP a criar um grupo coordenador que planificou e promoveu a execução dos trabalhos necessários à cobertura noticiosa. Sob a orientação do Administrador dr. Rui Ressurreição, constituíram-no: engº Franco Dias, engº Trigo de Sousa, Duarte Figueiredo, dr. Alvares de Carvalho, Ruy Ferrão e dr. Ver maisVieira Machado. No termo da operação, a Administração louvou não apenas estes elementos, mas, como era natural, “as centenas de trabalhadores que contribuíram para o êxito da emissão.” (Ordem de Serviço nº 19, de 17.5.1982). Voltar a fechar

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